Andralls, Chaoslace, Cerberus Attack, Santa Muerte e Infector Cell em Diadema - 25/03/2018

20 anos de carreira não é para qualquer um. Ainda mais raro é uma trajetória dessa magnitude onde são mantidas a essência, brutalidade e qualidade inquestionáveis. Esse é o caso do Andralls, uma das bandas mais tradicionais do Thrash Metal brasileiro dos anos 2000.
No último domingo, 25/03, o trio Alex Coelho (vocal e guitarra), Felipe Freitas (baixo) e Alexandre Brito (bateria) trouxe seu "Fasthrash" pela primeira vez à cidade de Diadema, no Grande ABC, em uma última parada antes da tour européia.


O local escolhido foi o Container Pub Stop, um espaço semi-aberto muito interessante, localizado no centro, e que conta com diversas opções de comida e bebidas à ótimos preços.


O pontapé inicial do evento ficou à cargo do Infector Cell, oriundo de Cotia/SP. O quarteto formado por Allan (vocal), Fagner (guitarra), Auro (baixo) e Fernando (bateria) executa um Thrash/Death Metal enérgico e competente, com letras politizadas e, em sua maioria, cantadas no nosso idioma nativo, contagiando o ainda pequeno público presente no local. Durante a apresentação foram tocadas faixas do debut "Cultura Suicida", de 2017, como "Minds Slaving Minds", "Reino do Caos", "Way Of Destruction" e "Corrupção Passiva" (esta que tem a ilustre participação de Vitor Rodrigues, do Voodoopriest, em sua versão de estúdio). Melhor início, impossível!


Segunda banda a subir ao palco, o Santa Muerte aposta no Thrash Metal/Crossover, influenciado por medalhões como Suicidal Tendencies, D.R.I. e Exodus. Marília Massaro (vocal e guitarra), Rebecca Prado (baixo) e Jhully Souza (bateria) fizeram um set mesclando sons de seu primeiro EP, "Psychollic" (2017), como "Círculo de Sangre", "Cyco Pit", "Reactions" e "Scars Of Guilty", com versões de clássicos do Sepultura e Ratos de Porão ("Troops Of Doom" e "Beber Até Morrer", respectivamente), mais um som inédito chamado "The Other Side". É sempre muito satisfatório ver as mulheres se destacando no Metal, quebrando paradigmas e, aos poucos, extinguindo preconceitos e pensamentos retrógrados que ainda se fazem presentes na cena.


Na sequência, foi a vez dos "thrashers da zona leste" incendiarem o recinto. O show do Cerberus Attack se desenvolveu de maneira bastante divertida e descontraída, e não faltou porrada na orelha dos presentes. Divulgando o seu mais novo trabalho, o excelente "From East With Hate", a banda mandou petardos como "Face Reality", "Human Extinction", "Just Thrash", "Welcome To Destruction", "Worms Incorporated" e "Moshers". Simplesmente rápido e letal! O line-up do grupo consiste em Jhon França (vocal e guitarra), Marcelo Araujo (guitarra), Marcelo Maskote (baixo) e Bruno Morais (bateria).


Penúltima banda do dia (noite, à essa altura), o Chaoslace trouxe à Diadema seu Death Metal brutal. Formado por Leandro Nunes (vocal e guitarra), Giovanni Fregnani (baixo) e Diogo Rodrigues (bateria), o grupo representa a sub-vertente mais extrema do Metal da Morte, primando pela crueza, peso e velocidade excessiva. Em virtude do recente lançamento de seu primeiro full-lenght, intitulado "Inhumane Terror Cult", o trio executou o registro na íntegra, mostrando grande precisão e destilando sons como "Elimination", "Blasphemy", "Destroy The Catholic Epidemy", "Lethal Agressor", "Curses Behind The Diabolical Shadows", "Anti-Religious Victory" e "Rot On Thy Cross", além de uma versão avassaladora de "Necromancer" (Sepultura). O público respondeu à altura com diversos "circle pits" e "headbangings".


Finalmente, por volta das 19h15, a atração principal sobe ao palco do Container Pub, já quebrando tudo com a dobradinha "Unexpected" e "Fear Is My Ally", faixas que abrem o "Inner Trauma" (2005), terceiro play dos caras. Dali em diante, o que pudemos presenciar foi um verdadeiro massacre sonoro (com o perdão do clichê), algo que só bandas desse calibre sabem fazer. "Rotten Money", "Hate", "Cocaine", "Enemy Within", "Panic Syndrome" e "Beyond The Chaos" foram apenas alguns dos responsáveis por moer o pescoço da galera. A nova "We Are The Only Ones", que estará presente no novo álbum do grupo, foi dedicada à Fabiano Penna, guitarrista do Rebaelliun e ex-Andralls, falecido em Fevereiro deste ano, em decorrência de uma infecção generalizada. A banda encerrou o set normal com a clássica "Andralls On Fire", mas o público ainda clamava por mais. Sendo assim, fomos brindados com "Two Sides", do disco homônimo de 2009, que deu o toque final à apresentação e ao evento. Vida longa ao Andralls, e que venham os próximos!

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