Sepultura no Carioca Club - Abertura: Republica - 24.11.2013

Após 3 shows "sold-out" no SESC Belenzinho, o Sepultura retorna à São Paulo para o lançamento oficial de seu novo trabalho, "The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart" (que nomezinho heim...), além da comemoração de 20 anos do nascimento do clássico "Chaos A.D.", apresentado na íntegra pelo grupo. Tentarei resumir, em palavras, este espetáculo memorável, que foi registrado para um futuro DVD.


A banda Republica, veterana, com mais de 20 anos de estrada, foi a escolhida para a abertura do show. O grupo formado por Leo Belling (vocais), Marco Vieira (baixo), Gabriel Triani (bateria), Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas (guitarras) executa um "Heavy Rock" bastante coeso, com claras influências de Metallica e Motörhead, além de outras do estilo, e agradou em cheio boa parte do público presente. Lançando seu novo disco "Point Of No Return", o grupo apresentou canções como "The Land Of The King", "Goodbye Asshole", "Dark Road", "Time To Pay", "El Diablo", etc, além dos covers "Ace Of Spades" (Motörhead) e "Killing In The Name" (Rage Against The Machine). Vale a pena conferir o som dos caras, muito bacana! 


Por volta das 20h15, com a casa já bastante cheia e o público ansioso pela atração principal da noite, começa a soar nos PAs a breve introdução do "Mediator...", sendo esta a deixa para a banda entrar ao som da rápida "Trauma Of War", seguida por "The Vatican", som que beira o Death Metal, e que ganhou um excelente clipe recentemente. A terceira música do repertório é "Kairos", faixa-título do álbum de 2011, muito bem recebida pelos presentes. Logo após, mais 2 do novo play: "Impending Doom" e "Manipulation Of Tragedy", para então apresentarem "Convicted In Life", já considerado, por muitos, um clássico. 

Para quem não sabe, o Sepultura é formado atualmente por Derrick Green (vocais), o lendário e incansável Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto Jr. (baixo) e Eloy Casagrande (bateria). Falar da força dessa banda ao vivo chega a ser algo desnecessário, então, resumindo, não existe a mínima possibilidade de um show deles ser ruim!


Nesse momento, Andreas anuncia uma canção que não era tocada ao vivo há muito tempo, e foi resgatada para o Rock In Rio, na apresentação com Zé Ramalho: era a vez de "Dusted", som presente no controverso "Roots", último trabalho da "era Max". À seguir, uma trinca de sons do "Mediator...": "The Bliss Of Ignorants", "The Age Of The Atheist" e "Da Lama Ao Caos", música de Chico Science & Nação Zumbi, que ganhou uma ótima e pesada versão, com Andreas assumindo os vocais. 

Não posso deixar de comentar, individualmente, a performance de Eloy Casagrande, o novato da banda: o moleque é um monstro! Em minha opinião, no novo álbum, ele levou a arte de tocar bateria à outro nível, e ao vivo não deixa a desejar em nada, realmente impressionante o nível técnico e feeling desse rapaz!

Para o encerramento da primeira parte da apresentação, nada melhor que 2 mega clássicos da época de ouro da banda: as esmagadoras "Arise" e "Inner Self", que colocaram o Carioca Club abaixo, fazendo a alegria dos fãs mais "old school".

Era chegado então o momento que a maioria aguardava: o grandioso e atemporal Chaos A.D. seria executado em sua totalidade. Contrariando a ordem do disco, "Propaganda" foi a primeira, após a introdução "Chaos B.C.". Com a platéia extasiada, o show seguiu com os petardos "Slave New World", "Amen" e "The Hunt" (cover da banda punk New Model Army). Então, o público foi agraciado com sons que há muito não eram tocados, como "Nomad", "Manifest" e "We Who Are Not As Others". Andreas apresenta a próxima como uma música que foi composta por ele e Max no deserto do Arizona, apenas com 2 violões, e sob efeito de cerveja e "outras substâncias": a tribal "Kaiowas", em uma versão mais pesada do que aquela presente no álbum. Após "Clenched Fist", o guitarrista assume novamente o microfone para cantar "Polícia", dos Titãs, e "Crucificados Pelo Sistema, do Ratos de Porão, sons que eram tocados frequentemente na tour do Chaos A.D., nos anos 90.


O espetáculo entra em sua reta final com a poderosa "Biotech Is Godzilla", seguida dos 2 maiores hinos do full-lenght homenageado da noite: "Territory" e "Refuse/Resist", cantadas em uníssono pela multidão ensandecida. A banda agradece efusivamente a presença de todos, e após o famoso "Sepultura do Brasil! 1,2,3,4", dão início a "Roots Bloody Roots", provavelmente a música mais conhecida do Sepultura, esgotando as últimas energias dos headbangers presentes.

27 músicas e pouco mais de 2h de show de uma banda enérgica, totalmente sincronizada, cheia de vontade e sangue nos olhos. Ao contrário do que muitos dizem (ou desejam), o Sepultura, mesmo sem os irmãos Cavalera, está mais vivo que nunca e destruindo tudo!

PS: Tenho uma sugestão para o nome do vindouro DVD, gravado nesse show: "The Mediator Of Chaos - Live In São Paulo"
O que acham?




SEPULTURA

Intro - Mediator
Trauma Of War
The Vatican
Kairos
Impending Doom
Manipulation Of Tragedy
Convicted In Life
Dusted
The Bliss Of Ignorants
The Age Of The Atheist
Da Lama Ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi cover)
Inner Self
Arise
Intro - Chaos B.C.
Propaganda
Slave New World
Amen
The Hunt (New Model Army cover)
Nomad
Manifest
We Who Are Not As Others
Kaiowas
Clenched Fist
Polícia (Titãs cover)
Crucificados Pelo Sistema (Ratos de Porão cover)
Biotech Is Godzilla
Territory
Refuse/Resist
Roots Bloody Roots


REPUBLICA

The Land Of The King
Fuck Liars
Ace Of Spades (Motörhead cover)
Goodbye Asshole
Life Goes On
Dark Road
Change My Way
We Don't Need a 303
Time To Pay
Why?
Killing In The Name (Rage Against The Machine cover)
El Diablo

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