Cobertura: Triptykon em São Paulo
Thomas Gabriel Fischer. Oriundo de Zurich, na Suíça, ele já foi chamado de Satanic Slaughter em tempos remotos, mas ficou amplamente conhecido pela alcunha de Tom G. Warrior. Lenda de proporções incalculáveis, Tom é um dos grandes pioneiros do Metal extremo, influenciando até hoje legiões de metalheads através de suas obras com os folclóricos grupos Celtic Frost e Hellhammer. Em 2008, fundou o TRIPTYKON, trazendo uma proposta um tanto diferente, mais voltada ao Doom/Gothic Metal, mas sem perder aquela essência Black/Death de outrora. Basicamente, é a evolução natural de um trabalho que teve início em 1982.
Na última sexta-feira, em meio à greve dos caminhoneiros e a escassez de combustível, o público brasileiro teve a oportunidade de presenciar este ícone ao vivo, em única apresentação na cidade de São Paulo, naquele que foi o último show da mini tour latino-americana, tendo passado antes por México, Chile e Argentina.
Ao contrário de seu contemporâneo Conrad "Cronos" Lant, que fez um show curto e burocrático com o Venom, neste mesmo palco, há cerca de 7 meses atrás (nem vou comentar a agressão à uma fã no aeroporto), Warrior e sua trupe presentearam os fãs brasileiros com 1h40 de música, trazendo um setlist especial, que revisitou muito do material clássico e apresentou também algumas de suas melhores canções atuais.
O espetáculo teve início pontualmente às 23h, quando Thomas (vocal e guitarra) subiu ao palco junto de seus companheiros V. Santura (guitarra e vocal gutural), Vanja Šlajh (baixo) e Stefan Häberli (bateria), após uma breve e sombria introdução, já mandando de cara Procreation (Of The Wicked) e Dethroned Emperor, pérolas malditas resgatadas dos primeiros anos da "geada celta". Goetia, faixa de abertura do debut do Triptykon, Eparistera Daimones (2010), veio na sequência, precedendo aquele que talvez seja o maior hino do álbum To Mega Therion (1985): estou falando de Circle Of The Tyrants, responsável por inflamar a pista do Carioca Club.
Os músicos que acompanham Warrior são absolutamente competentes. Se não impressionam, também não fazem feio. Possuem técnica e presença de palco exemplares. Destaque para a baixista Vanja e seus "headbangings" incessantes, fazendo parecer que não haveria um amanhã.
Em determinado momento, Tom brinca com a platéia dizendo "36 anos e tudo o que vocês conseguem dizer é 'uhh'?", arrancando risos gerais. O líder do grupo então anuncia a próxima canção como sendo uma das últimas escritas pelo seu antigo companheiro Martin Eric Ain, falecido no ano passado em decorrência de um ataque cardíaco. A música em questão era Ain Elohim, faixa do disco Monotheist, de 2006. A devastação oitentista então retorna com Into The Crypts Of Rays, The Usurper, Babylon Fell (única representante do 'exótico' Into The Pandemonium, de 1987) e Necromantical Screams, com a "novata" Altar Of Deceit (Melana Chasmata, 2014) sendo executada entre elas.
Dando continuidade à celebração, o frontman pergunta se o público brasileiro gosta de Hellhammer, e perante à óbvia resposta positiva, o músico anuncia que tocariam 1 ou 2 sons do mesmo. Mais uma vez, o quarteto mostra que não estava para brincadeira, e despeja de uma vez a brutal trinca Massacra, Reaper e Messiah, no que foi provavelmente o ápice da apresentação. A última representante da fase 'Frost' foi Morbid Tales, com a icônica pergunta "are you morbid?" sendo bradada à plenos pulmões pela maior parte dos presentes. Por fim, o encerramento da atuação se deu através da densa e longa The Prolonging (com o perdão do trocadilho) e seus quase 20 minutos de cadência e crueza.
Um show inesquecível, com repertório praticamente irretocável. A espera valeu muito a pena, fãs novos e antigos deixaram a casa de alma lavada e um baita sorriso no rosto.
Dito isso, apenas um último comentário tem de ser feito: UHH!!
SETLIST
01. Procreation (Of The Wicked)
02. Dethroned Emperor
03. Goetia
04. Circle Of The Tyrants
05. Ain Elohim
06. Into The Crypts Of Rays
07. The Usurper
08. Altar Of Deceit
09. Babylon Fell
10. Necromantical Screams
11. Massacra
12. Reaper
13. Messiah
14. Morbid Tales
15. The Prolonging
Na última sexta-feira, em meio à greve dos caminhoneiros e a escassez de combustível, o público brasileiro teve a oportunidade de presenciar este ícone ao vivo, em única apresentação na cidade de São Paulo, naquele que foi o último show da mini tour latino-americana, tendo passado antes por México, Chile e Argentina.
Ao contrário de seu contemporâneo Conrad "Cronos" Lant, que fez um show curto e burocrático com o Venom, neste mesmo palco, há cerca de 7 meses atrás (nem vou comentar a agressão à uma fã no aeroporto), Warrior e sua trupe presentearam os fãs brasileiros com 1h40 de música, trazendo um setlist especial, que revisitou muito do material clássico e apresentou também algumas de suas melhores canções atuais.
O espetáculo teve início pontualmente às 23h, quando Thomas (vocal e guitarra) subiu ao palco junto de seus companheiros V. Santura (guitarra e vocal gutural), Vanja Šlajh (baixo) e Stefan Häberli (bateria), após uma breve e sombria introdução, já mandando de cara Procreation (Of The Wicked) e Dethroned Emperor, pérolas malditas resgatadas dos primeiros anos da "geada celta". Goetia, faixa de abertura do debut do Triptykon, Eparistera Daimones (2010), veio na sequência, precedendo aquele que talvez seja o maior hino do álbum To Mega Therion (1985): estou falando de Circle Of The Tyrants, responsável por inflamar a pista do Carioca Club.
Os músicos que acompanham Warrior são absolutamente competentes. Se não impressionam, também não fazem feio. Possuem técnica e presença de palco exemplares. Destaque para a baixista Vanja e seus "headbangings" incessantes, fazendo parecer que não haveria um amanhã.
Em determinado momento, Tom brinca com a platéia dizendo "36 anos e tudo o que vocês conseguem dizer é 'uhh'?", arrancando risos gerais. O líder do grupo então anuncia a próxima canção como sendo uma das últimas escritas pelo seu antigo companheiro Martin Eric Ain, falecido no ano passado em decorrência de um ataque cardíaco. A música em questão era Ain Elohim, faixa do disco Monotheist, de 2006. A devastação oitentista então retorna com Into The Crypts Of Rays, The Usurper, Babylon Fell (única representante do 'exótico' Into The Pandemonium, de 1987) e Necromantical Screams, com a "novata" Altar Of Deceit (Melana Chasmata, 2014) sendo executada entre elas.
Dando continuidade à celebração, o frontman pergunta se o público brasileiro gosta de Hellhammer, e perante à óbvia resposta positiva, o músico anuncia que tocariam 1 ou 2 sons do mesmo. Mais uma vez, o quarteto mostra que não estava para brincadeira, e despeja de uma vez a brutal trinca Massacra, Reaper e Messiah, no que foi provavelmente o ápice da apresentação. A última representante da fase 'Frost' foi Morbid Tales, com a icônica pergunta "are you morbid?" sendo bradada à plenos pulmões pela maior parte dos presentes. Por fim, o encerramento da atuação se deu através da densa e longa The Prolonging (com o perdão do trocadilho) e seus quase 20 minutos de cadência e crueza.
Um show inesquecível, com repertório praticamente irretocável. A espera valeu muito a pena, fãs novos e antigos deixaram a casa de alma lavada e um baita sorriso no rosto.
Dito isso, apenas um último comentário tem de ser feito: UHH!!
SETLIST
01. Procreation (Of The Wicked)
02. Dethroned Emperor
03. Goetia
04. Circle Of The Tyrants
05. Ain Elohim
06. Into The Crypts Of Rays
07. The Usurper
08. Altar Of Deceit
09. Babylon Fell
10. Necromantical Screams
11. Massacra
12. Reaper
13. Messiah
14. Morbid Tales
15. The Prolonging
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